A Arquidiocese de São Paulo publicou uma nota de esclarecimento sobre o pedido dos vereadores da cidade de São Paulo para abertura de processo de investigação sobre a atuação do Padre Júlio Lancelotti. O Padre é Vigário Episcopal para o povo de rua, realizando a distribuição de alimentos, cobertores e acolhendo pessoas que precisam de ajuda.
Na nota, a Arquidiocese cita “perplexidade diante dos ataques” que a extrema direita tem direcionado ao Padre e indaga os “motivos de abrir uma investigação sobre a atuação do padre, justamente em ano eleitoral.”
Nas redes sociais, a notícia sobre a CPI que tem o Padre Júlio Lancelotti como alvo, causou indignação. Muitos internautas questionam se o Vereador pretende investigar pastores evangélicos que enriquecem com o dízimo dos fiéis. O apoio ao padre Júlio está sendo manifestado por diversas personalidades da área política, como o Ministro Interino da Justiça e Segurança Pública, Paulo Capelli, da Chef de cozinha Paola Carosella, o ator e comediante Paulinho Serra, entre outros.
O perfil @DoutorPandego da rede social, X (antigo Twitter), famoso por investigar e denunciar diversos políticos por gastos considerados irrazoáveis, levantou suspeitas sobre o pedido do Vereador ligado ao MBL. De acordo com uma das publicações, um dos financiadores da campanha do vereador Rubinho Nunes, construiu um Shopping próximo a igreja do Padre e o trabalho social realizado, atrai muitas pessoas em situação de rua, o que poderia ser ruim para a imagem da região no entorno do empreendimento.
3 dos financiadores da campanha de Rubinho em 2020 foram Girão, 1 sócio de uma construtora que atua em obras de grande porte e o sócio falecido de outra construtora. 1 delas construiu um mega shopping a 15 minutos da igreja do Padre Júlio. A outra, atuação + perto ainda. pic.twitter.com/D2IAzaYpYt
— Doutor Pândego (@DoutorPandego) January 4, 2024
Histórico
Em julho de 2022, a revista Piauí revelou um esquema organizado pelo ex-deputado ligado ao MBL, Arthur do Val, para acusar o Padre Júlio Lancelotti de “pedofilia” em 2020. De acordo com a investigação, um assessor de Do Val, se passou por um adolescente de 16 anos para poder forjar uma acusação contra o sacerdote. A denúncia chegou a ser protocolada no Ministério Público do estado, mas foi arquivada por falta de materialidade.
Em maio de 2022, Arthur do Val teve o mandato cassado pela Assembleia Legislativa de São Paulo por quebra de decoro parlamentar, após serem revelados áudios em que ele fazia falas pejorativas e sexistas contra mulheres ucranianas.
Comentários: