Quem não se lembra daquele aumento do preço das passagens que foi o estopim para a revolta da população no Brasil?
Aquela onda de protesto foi a representação do descontentamento relacionada ao preço da passagem, considerada alta em comparação ao serviço prestado.
AMARGAS LEMBRANÇAS
Não distante desses descontentamentos, o transporte público em Jequié carrega uma lembrança decana marcada pelo fracasso. A extinta Viação Tiradentes cruzou anos sempre sendo alvo de muitas queixas até encerrar suas atividades. E olha que os tempos eram outros, sem mototáxis, carros de aplicativos e vans.
A ERA RIO DE CONTAS
Com a chegada de uma nova empresa, a Rio de Contas Transporte Urbano, o problema parecia ter resolvido, mas, só foi um paliativo. Em pouco tempo a empresa se afundou em críticas severas em razão da péssima qualidade de serviço prestado à população.
GARANTIA DO PREFEITO
Com a garantia de reverter o problema deixado pela Rio de Contas, o prefeito Zé Cocá foi ao rádio dizer que seria feita uma licitação para contratação de uma empresa de transporte coletivo de qualidade, e que para que a empresa pudesse prestar um serviço de qualidade para os moradores de Jequié, seria preciso banir o transporte clandestino da cidade, o mesmo que atendeu emergencialmente e com a anuência da prefeitura, a demanda do transporte coletivo quando a Rio de Contas parou de operar e deixa a população sem ônibus.
LICITAÇÃO
O prova da insuficiência do setor foi verificada no Ato Licitatório, não comparecendo nenhuma empresa interessada, salvo a COOBMA, em absorver o problema que não é exclusivo de Jequié, como anunciado em diversos encontros promovidos pela NTU - Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos.
Os custos da operação são considerados bastantes elevados, quando se analisa seu composto, diante dos investimentos na frota, despesas com combustíveis, manutenção e mão de obra de mecânicos, motoristas e pessoal do setor administrativo.
Sem o subsídio da prefeitura, em primeiro lugar, seguido da média diária de passageiros pagantes necessários para manter o sistema, o transporte público urbano em Jequié vai sempre esbarrar num cruel obstáculo: o desequilíbrio das contas e a falência da operação. Foi o que ocorreu recentemente com a COOBMA, ganhadora da última licitação de transporte coletivo em Jequié, que obtinha a licença municipal para operar e que encerrou suas atividades, sendo que a prefeitura interveio na empresa e assumiu os serviços.
POPULAÇÃO NA EXPECTATIVA
A população de Jequié aguarda ansiosa pela solução do problema do Transporte Urbano, que atualmente foi absorvido pela prefeitura de Jequié, por meio da Sumtran, autarquia que passou a ser responsável pelo transporte público.
Uma dispensa de licitação no valor de R$ 2,1 milhões já foi formalizada pela Sumtran com a empresa TRANSPORTE COLETIVO JUATUBA LTDA, sediada em Juatuba/MG, para a aquisição de 6 ônibus usados que serão postos em atividade para atender a demanda reprimida da comunidade jequieense.
Em breve, a prefeitura vai adquirir mais veículos novos, 0km, que serão pagos com recursos públicos advindos do empréstimo autorizado pela Câmara de Vereadores de Jequié, de até R$ 25 milhões, além da concessão de crédito especial no orçamento de R$ 8 milhões.
A DÚVIDA DA POPULAÇÃO
Diante desse cenário, certamente há uma pergunta coletiva da população de Jequié: será mesmo que a prefeitura vai resolver o problema do transporte público da cidade, com eficácia, atingindo o objetivo proposto e com eficiência, com qualidade e com o mínimo de erros?
Para ganhar a credibilidade da população e fazer com que ela passe a praticar o uso do ônibus coletivo em seus deslocamentos, será necessário cumprir uma lista de exigências do usuários, a começar com pontualidade, conforto, segurança e viabilidade financeira (preço da passagem para quem paga).
O atendimento dessas exigência certamente fará com que a população deixe de utilizar com maior frequência mototáxis e carros de aplicativos para ser deslocar aos serviços básicos como atendimento médico, compras e trabalho, é claro.
Mas, essa decisão de escolha do usuário passa primariamente pelo preço da passagem, que vai impactar no orçamento principalmente do trabalhador que mais utiliza esse meio de transporte.
SOLUÇÃO SEM PREJUÍZOS
Não vai valer para os órgãos de controle a sustentação desse serviço sob a responsabilidade da prefeitura, se o mesmo estiver operando de forma satisfatória para os usuários do sistema, mas, em seu extrato for identificado erros em sua operação, inclusive com prejuízos para os cofres públicos, que se somarão a outros já acumulados de maneira estratosférica, a exemplo da dívida pública, precatórios etc.
É preciso atender a demanda com qualidade sem trazer prejuízo para os cidadão, pagadores de elevados preços dos impostos e taxas municipais.
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