Os gastos com a Festa de São João de Jequié, conforme publicações das contratações feitas pela Prefeitura e publicadas no Diário Oficial do Município de Jequié, já alcançaram a cifra de mais de R$ 8,5 milhões, 47,71% a mais do que foi apresentado como custo total da Festa de São João 2023, conforme prestação de contas feita à Câmara de Vereadores de Jequié pelo secretário de Cultura e Turismo, Domingos Ailton.
Que fique claro o reconhecimento da importância na realização da Festa de São João de Jequié, que gera dividendos para o município com o aquecimento da economia, as vendas no varejo local e o fluxo turístico da cidade. Afora esses cenários, discute-se sobre o prisma da razoabilidade nas aplicações do erário municipal e principalmente do que deve liderar o rol das prioridades da gestão municipal.
Na tabela abaixo estão as extrações das publicações de forma detalhada.
FESTA E SAÚDE PÚBLICA
É de entendimento claro às Leis e Diretrizes que norteiam a gestão pública, que os recursos devem ser priorizados por qualquer gestor, principalmente, para as áreas básicas do serviço público, como saúde, educação, desenvolvimento social, segurança e infraestrutura.
Entretanto, tem sido contantes as reclamações da população de Jequié, com relação a saúde básica municipal. Queixas que vão desde a falta de procedimentos básicos até a falta de medicamentos nas farmácias municipais. As emissoras de rádios locais registram diariamente os reclames da população.
Para se ter uma ideia do descompasso no que se elege como prioridade de gestão, enquanto possivelmente se alcance a cifra de R$ 10 milhões nos gastos com a Festa de São João de Jequié, Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias do Município de Jequié, denunciam a falta de material de trabalho para os profissionais, como lápis, caneta, caderno, capa de chuva, além do fardamento completo composto de 3 blusas, 2 calças, 1 bolsa e 1 sapato, conforme denúncia de Neide Silva, Presidente da Associação dos agentes de saúde de Jequié.
Esses itens de trabalho são considerados essenciais para o exercício da função do agente de saúde, pois os profissionais precisam ter acessos ao interior das residências para fazer o cadastramento e levantamento de dados de saúde das famílias, e com o aumento dos registros das ocorrências de delitos de várias naturezas, moradores se recusam ao atendimento do profissional de saúde que não esteja padronizado e devidamente identificado.
CURSO TÉCNICO
No ano passado, o Ministério da Saúde destinou verba para a realização de curso técnico para os profissionais comunitários de saúde, inclusive com recursos para aquisição de fardamento e material, sendo este os únicos adquiridos e repassados aos agentes de saúde, não havendo mais nenhum fornecimento de material por parte da Secretaria de Saúde de Jequié, estacou Neide Silva.
FALTA O PISO
Outra reclamação é com relação ao não cumprimento da Lei que obriga o município a pagar o Piso Nacional da Categoria, sendo que a prefeitura de Jequié alega que não possui condições financeira para arcar com o pagamento do Piso. Além disso, segundo Neide, o município precisa fazer o remapeamento, já que o cálculo de cobertura por meio dos Agentes de Combate a Endemias é considerado muito baixo devido ao pequeno número de agentes disponíveis para o tamanho territorial a ser atendido.
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