O Brasil não tem mais horário de verão desde o ano de 2019, quando foi revogado pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL). Em vigor desde o ano de 1939, a medida tinha o objetivo de diminuir o consumo de energia elétrica e aproveitar os horários de luz natural. No decreto original que criou o horário de Verão, assinado por Getúlio Vargas em 1º de outubro de 1939 diz o seguinte: "A prática dessa medida, já universal, traz grandes benefícios ao público, em consequência da natural economia de luz artificial".
De 1939 até 1985, a medida foi utilizada em anos alternados, passando a ser adotado de forma continuada a partir de 1985, quando o país passou por uma grande seca e as hidrelétricas não conseguiam suportar a alta demanda de energia elétrica resultando em blackouts e racionamento de água. Em 2008, um decreto assinado pelo Presidente Lula (PT) estabeleceu que o horário de verão seria iniciado sempre a partir do 3º domingo de outubro e indo até o 3º domingo do mês de fevereiro.
Em abril de 2019, o Presidente Jair Bolsonaro extinguiu a medida, argumentando que o horário de pico do consumo de energia seria por volta das 15h e com isso, a medida não gerava benefícios, além de dificultar a adaptação dos brasileiros com o novo horário.
Volta do Horário de Verão
Com a seca que assola grande parte do país e o grande aumento de queimadas por todo o país, muitas delas sendo intencionais e criminosas de acordo com investigações da Polícia Federal, o país se vê diante da necessidade de retornar a ter horário de verão, como forma de racionar água e evitar que novos blackouts aconteçam por todo o país.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou nesta quinta-feira (19) o retorno do horário de verão em 2024. Se adotado, o adiantamento dos relógios em 1h (que é o que determina o horário de verão) aconteceria depois do 2º turno das eleições municipais.
A estratégia é encarada pelo governo como uma forma de deslocar o pico de consumo para um horário com mais geração solar, reduzindo a necessidade de acionar usinas termelétricas — caras e que poluem mais — para atender à demanda.
A medida também foi recomendada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, a medida faz parte de um plano de contingência preparado pela ONS junto ao Ministério de Minas e Energia, como forma de não sobrecarregar o sistema hidrelétrico, visto que, durante a transição entre o por do sol e o início da noite.
No início da noite, a geração de energia solar cai por causa da falta de sol. À noite, a geração eólica sobe porque há maior incidência de ventos à noite e em determinadas épocas do ano.
No intervalo entre a queda da solar e o aumento da eólica, há um pico de consumo que precisa ser suprido por energia hidrelétrica ou térmica.
Com as medidas para poupar os reservatórios das usinas hidrelétricas, por causa da seca, é necessário acionar mais termelétricas para atender ao pico de consumo.
O ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, afirmou que a previsão de economia com a adoção do horário de verão seria de R$ 400 milhões ao longo da duração. Ou cerca de 2,5 gigawatts (GW) de energia todo dia no horário de pico de consumo. Isso porque o ONS acionaria menos usinas termelétricas.
A volta do horário de Verão ainda depende de um decreto do Presidente Lula e, de acordo com interlocutores do Palácio do Planalto, deverá ser tomada nos próximos 10 dias e terá início após as eleições municipais, marcadas para 06 e 27 de outubro para as cidades que tem 2º turno.
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