Não será uma missão fácil para os 19 vereadores em exercício que irão as ruas, encarar os eleitores na complicada tarefa de convencê-los a fazer a escolha dos seus nomes e assim, mantê-los por mais 4 anos no mandato de legisladores municipais.
Do início de 2021 até os dias de hoje, foi uma caminhada árdua para trilhar, principalmente quando se depararam com projetos impopulares, rechaçados pela população, mas que foram à pauta, votação e aprovação.
Assim como a maioria dos eleitores, não me lembro bem de quando houve a recusa pela Casa de Leis, se sequer, de um projeto vindo do executivo municipal. O prefeito Zé Cocá (PP), longo no início da gestão, enviou à Câmara uma dose amarga do que ele considerou como remédio para os cofres municipais; o Código Tributário Municipal.
E foi com o “SIM” dos vereadores que os cidadãos jequieenses passaram a ter incorporados em seu mísero orçamento pessoal, o escárnio do imposto para o desenvolvimento de Jequié. Do salto gigantesco do IPTU ao ISS, ITBI, Taxa de Iluminação Pública, Taxa do Lixo, Alvará, Zona Azul, dentre outros.
Não foi fácil aprovar aquilo que a população sempre reprovou. Tanto que embates marcantes de projetos polêmicos, estigmatizaram políticos para sempre, como a municipalização da Embasa. Quem lembra?
Duro também foi negar aos professores municipais o seu direito à Regência. Direito esse tido como líquido e certo por garantias da Lei. Foi um tropeço para os docentes municipais.
Enquanto a plateia adoecida, desmotivada e maltratada se levantava e gritava palavras de ordem na luta pela valorização do magistério municipal, eis que amarguraram um pífio aumento de 4%, escalonado, ainda sem o Piso Nacional e a avassaladora precarização do Magistério, sufocada pelos Redas, enquanto na velocidade da luz e no silêncio sepulcral, se aprovava aumento de 37,34% para vereadores, 57,93% para o prefeito municipal, 73,87% para o vice-prefeito e até 37,34% para os secretários municipais.
Mas foi preciso votar, aprovar e transformar em Lei. Afinal, a gestão precisava dar certo, e a cobrança do gestor parece ter sido temerosa a ponto de não se escutar um pio, aliás, nunca existiu, foram sempre substituídos pelos “améns”, sim Sinhô, ok chefe!
Afinal, esse servilismo era necessário e dependia dessa submissão, para que a gestão municipal voasse bem alto, perto do céu. Foram 44 meses de tempo bom, céu de brigadeiro para migrar do zero aos ditos 94% de aprovação, como os gansos-cabeça-listrada, que voam a até 7 mil metros de altura.
Enquanto a gestão municipal cruzava o hemisfério do nada à idolatria popular, os nobres parlamentares foram incorporando ao seus currículos, as manifestações de reação à tudo aquilo que foi tramitado, possivelmente sem a participação popular, sem a escuta do cidadão e muito menos o sem “sim”.
Tomara que esse sacrifício dos parlamentares não lhe custe a negativa do voto dos eleitores no dia 6 de outubro e com isso as suas reeleições. É esperar que não se manifeste nos eleitores, frente a urnas Eletrônica, a lembrança de tudo que foi aprovado contra a população.
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