Os servidores municipais de Jequié passam por constante angústia com o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Jequié (IPREJ), autarquia previdenciária encarregada de arrecadar as contribuições dos servidores e conceder aposentadorias e pensões aos segurados.
Ao longo dos anos, o IPREJ tem enfrentado uma série de problemas, como denúncias de desvios de recursos e de investigações. Os contratos de terceirização no valor de até R$ 58 milhões para a contratação de trabalhadores que não contribuem para a previdência municipal. Isso tem ocorrido sem que a prefeitura tome medidas resolutivas. Outro agravante é a ausência de concursos públicos para servidores municipais. Isso tem comprometido a receita do instituto, que enfrenta sua pior fase desde sua fundação em novembro de 2007.
A propósito disso, o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), enviou à Câmara de Vereadores o Projeto de Lei n.º 37/2025, propondo aumento de até 16% de contribuição sobre o salário dos servidores ativos e aposentados, assim como os pensionistas do IPREJ.
O QUE PROPÕE O PROJETO DE LEI?
Em sua justificativa, o prefeito afirma que o déficit atuarial do IPREJ já ultrapassa R$ 1,5 bilhão, para cujo equilíbrio das contas da autarquia o município precisaria adotar uma alíquota complementar de cerca de 40%, o que tornaria o orçamento municipal inviável.
Para Zé Cocá, a manutenção do IPREJ é de total inviabilidade e risco de extinção, cuja consequência seria a transferência dos aposentados e pensionistas para o Regime Geral de Previdência Social, administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Com isso, Zé Cocá propõe elevar a porcentagem das contribuições dos servidores municipais para 14% para quem ganha até R$ 8.157,40. Quem receber acima deste teto, terá que pagar 16% para o IPREJ.
PRIORIDADE
A situação do IPREJ merece atenção de toda a sociedade Jequieense. Contudo, o apocalipse anunciado pelo prefeito Zé Cocá não faz sentido, diante da farra com o dinheiro público, como a contratação de artistas nacionais a peso de ouro, como ocorrido no São João deste ano.
Se o prefeito inaugurar uma nova fase de austeridade, sua administração poderá evitar que se empurre para a frente os sucessivos parcelamentos feitos pelo município e não honrados pelos gestores, como agora Zé Cocá quer reparcelar todo o saldo da dívida com o IPREJ em 25 anos. Fica a dica.
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