Na vastidão das redes sociais, onde a futilidade encontra palco, o valor das profissões tradicionais, como a do jornalista e da dignidade humana parece desvanecer-se como um sonho ao amanhecer na Cidade Sol. É como se um vírus silencioso, mas implacável, estivesse corroendo as bases da nossa cultura e identidade, perpetuando a sensação de que a verdade, a honestidade e a educação já não têm lugar em nosso tempo.
O Declínio da Arte
Jequié, que outrora foi um farol da criatividade musical e artística, hoje se vê representada por produtos culturais que beiram o grotesco. Canções que eram sinônimos de qualidade e regravadas mundo afora agora cedem espaço à ritmos que pouco ou nada agregam à nossa rica herança musical.
O São João, festa tipicamente interiorana, tem suas atrações máximas em praças públicas recheadas de promiscuidade e futilidades sonoras, deixando de fora os legítimos cantores e bandas locais. É uma lástima. Os projetos culturais financiados com dinheiro público, por sua vez, abdicaram da arte, trocando o talento por figuras que apenas reproduzem suas vidas reais sem sentido e originalidade, sem qualquer traço da magia da arte.
Será que os poderosos roteiristas desse espetáculo sombrio já traçaram o destino dessa trama? A industrialização da produção cultural parece ter desumanizado a arte, transformando tudo em um reflexo vazio e desprovido de autenticidade.
A Política do Ridículo
No cenário político de Jequié, a situação não é menos trágica. Nossos líderes, que deveriam ser faróis de sabedoria e integridade, transformaram-se em caricaturas de si mesmos, cometendo erros tão cômicos quanto desastrosos. Há tempos em que se poderia até preferir os políticos de bigode e terno, que ao menos sabiam utilizar o vocabulário para travar debates eloquentes, ainda que repletos de suas próprias falhas. Hoje, nem conseguimos reconhecer nossos representantes, forasteiros que são escolhidos por outros forasteiros para governarem nossa gente de dentro de seus carrões.
A Imoralidade e a Futilidade nas Redes
O avanço da tecnologia e a popularização das redes sociais trouxeram consigo uma onda de imoralidade que beira o surreal. O Brasil é um dos maiores consumidores de pornografia digital, e isso se reflete em Jequié, tem até vereador que conhecem bem, assinando pacotes de OnlyFans sem o mínimo de segredo. É um reflexo claro de uma sociedade que se perdeu de si mesma. A prostituição, agora disfarçada sob diversos nomes modernos, prolifera-se sem controle, e a ilusão de fama e riqueza fácil seduz nossos jovens, afastando-os dos valores que realmente importam.
Antigamente, quando um aluno sonhava em abandonar os estudos para ser jogador de futebol, os professores tinham argumentos sólidos para mostrar-lhe a realidade. Hoje, no entanto, qualquer adolescente pode acumular seguidores e dinheiro, exibindo-se na internet, sem qualquer esforço ou mérito real. Vivemos em uma era onde juízo e dinheiro não andam de mãos dadas, onde a notoriedade se alcança através de fotos de pés, coxas e bundas.
O Futuro Incerto
Para onde estamos indo? Difícil dizer. A comunicação que mais alcança as massas hoje é aquela de figuras sem substância, que de alguma forma mágica, ou talvez trágica, ganham dinheiro sem qualquer esforço. Esse é o novo ideal da juventude contemporânea, um ideal que está lentamente destruindo nossa cultura, educação e valores.
Estamos criando uma sociedade cinza, deformada, sem honra e sem futuro. Precisamos urgentemente reavaliar nossas prioridades e lembrar que a dignidade, a educação e a cultura são pilares essenciais para a construção de um país forte e próspero. Só assim poderemos resgatar a verdadeira essência da nossa sociedade, que já foi símbolo de criatividade, alegria e esperança.
Que possamos, com o mesmo fervor que construímos nossos sonhos, reconstruir nossos valores e nossas aspirações, antes que a futilidade consuma tudo o que nos resta de belo e verdadeiro.
Comentários: