TV Jequié - Informação e conhecimento sem fronteiras

Quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Bahia/Opinião

O MEDO DA CHICOTADA QUE RASGA O CARÁTER E DESTRÓI A DEMOCRACIA

Mudamos os rostos, mas o roteiro é sempre o mesmo. O que falta a esses senhores não é tempo de mandato, é vergonha na cara.

O MEDO DA CHICOTADA QUE RASGA O CARÁTER E DESTRÓI A DEMOCRACIA
Arte/Israel Ferssant
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Platão, lá na Grécia Antiga, já alertava que a democracia poderia virar uma tirania dos incompetentes. Mas parece que nossos políticos levaram isso como desafio pessoal. A cada quatro anos, eles ressuscitam com a mesma cara, o mesmo discurso mofado e a mesma fome — mas não de governar, e sim de se refestelar no banquete público.

A conta, para quem tem olhos de ver, simplesmente não fecha. Milhões gastos em campanhas, tapinhas nas costas distribuídos a granel, promessas espalhadas como confete de carnaval. E tudo isso para quê? Para "servir ao povo"? Para "construir um futuro melhor"? Ora, sejamos sérios. Esse teatro de reeleição sucessiva não passa de um esquema meticulosamente orquestrado, onde cada cargo é um feudo, cada mandato um investimento e cada eleitor um cifrão ambulante.

E o espetáculo continua. Na câmara municipal, desfilam homenagens ridículas a bajuladores profissionais, medalhas distribuídas como se fossem balas de festa infantil. Enquanto isso, a cidade padece. Faltam postos de saúde, mas sobram pedidos para trocar o banco da pracinha no bairro onde ninguém senta. Faltam médicos, mas sobra dinheiro para a construção de um pergolado na cidade — porque, afinal, um enfeite decorativo resolve mais do que um curativo.

O que assusta não é só a sede insaciável pelo poder, mas a absoluta falta de ambição intelectual. O indivíduo que deseja ser reeleito uma, duas, três, quatro vezes poderia, ao menos, melhorar os motivos pelos quais se agarra à cadeira. Poderia buscar um legado, algo minimamente grandioso, algo que valha a pena ser lembrado. Mas não. Preferem a mediocridade bem administrada, o populismo rasteiro, o assistencialismo calculado. O ideal seria que quisessem ser Napoleões, mas se contentam em ser gigolôs do povo.

E nós? Nós assistimos, impotentes, a esse ciclo vicioso. Mudamos os rostos, mas o roteiro é sempre o mesmo. O que falta a esses senhores não é tempo de mandato, é vergonha na cara.

FONTE/CRÉDITOS: Tv Jequié
Comentários:
Israel Ferssant

Publicado por:

Israel Ferssant

Israel Ferssant é Teólogo, Cineasta, Jornalista, com MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, Pós-graduando em Serviço Social, às vezes poeta, músico, educador.

Saiba Mais

Veja também

Crie sua conta e confira as vantagens de ser TV Jequié

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!

Envie sua mensagem, responderemos assim que possível.