Sonhei com a Viúva Prefa, aborrecida por demais. Um dos seus maridos, (e foram muitos) - municipalista, filho de agricultor, amigos dos pobres, irmão de trabalhador, cavaleiro de Aruanda, bebedor de guabiraba, o poeta professor, que deixou a praça batizada "Praça do Poeta", onde a Viúva poderia do seu palácio - agora requalificado pelo seu atual - sentada no alpendre parlatório para dias cívicos observar seus súditos munícipes, distribuídos em vários espaços fumar unzinho, louvar o Senhor. Avós correrem atrás dos netinhos e verem o pôr do Sol lá pelas colinas da Barragem de Pedras. Uma beleza de curtição.
Mas, eis, porém que de repente, tapumes e placas surgiram no meio do seu jardim. É que seu novo companheiro, o sagaz Zé Cocá resolveu sem consulta construir o prédio da nova sede do Legislativo. Pra quê? Logo pra eles que infernizaram a vida dos ex-companheiros, com pedidos de cargos, negociatas e o diabo a quatro! E porque não lá perto do Amaralina, juntinho do Hospital da Mulher? Não é pra lá que a Cidade tem que crescer?
Nisso acordei, virei de lado e fui dormir. Quem liga para Praça do Poeta, pôr do Sol, reclamação de Viúva Prefa? Se a Sociedade Civil calada a sococa que teve mel nos lábios quando da venda da biblioteca, nem tchum, eu é quem vou perder o sono? Eu, hein?
Benedito Freire Sena
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