Não dá para esquecer o sucesso de Antony Hopkins no filme “O Silêncio dos Inocentes” (1991). A batalha entre o bem e o mal, o trauma e a superação, e as complexas relações humanas, vividas por Clarice Starling, agente do FBI.
Esses sentimentos experimentados por Clarice são os mesmos vividos por familiares das vítimas dos acidentes de trânsito ocorridos na BR 116, principalmente no trecho entre Jequié e o Entroncamento de Jaguaquara. Dor e sofrimentos que não findam.
Duplicar a BR 116 é silenciar os gritos dos inocentes, do sofrimento e da dor, dos que ficaram presos às ferragens, que morreram carbonizados, mutilados, vítimas da falta de sensibilidade do Estado.
Dor maior é saber que os gritos ainda não foram silenciados e que a origem da dor serve somente para promoção política, num jogo perverso que expõe as vítimas, com bandeiras levantadas apenas por oportunidade político-partidária.
Cadê o prefeito de Jequié e aqueles deputados que tanto pressionaram as autoridades pedindo a expulsão da Via Bahia e cobravam a duplicação da BR 116? Se não são inocentes na causa, por que se silenciaram? Logo agora que estão tão próximos do Governo Estadual e Federal?
O teatro da política tem a força manipuladora de arrancar facilmente aplausos de uma plateia ignorante e estúpida, que se curva e se convence com as mentiras contadas pelos falsários, enganadores, usurpadores dos direitos coletivos, dos maus que ainda promovem os traumas e as dores na BR 116, a cada acidente, a cada vida que esvai, a cada ferida que nunca cicatriza.
Enquanto não silenciar os gritos dos inocentes da BR 116, os que ficaram, em respeito às suas almas, precisam silenciar as vozes dos mentirosos aproveitadores e destituir do poder essa gente escrota, perversa e sem respeito aos traumas de famílias inteiras. Chega dos gritos dos inocentes.
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