A cada reportagem exibida nos portais de notícias que cobriram a visita de três dias do governador Jerônimo Rodrigues à Jequié, eu fiquei na expectativa que o desenvolvimento e o crescimento econômico de Jequié fizessem parte das discussões nos encontros, principalmente com a classe empresarial da cidade.
Para minha surpresa, o pedido feito ao governador para construção de um aeroporto em Jequié, sobressaiu ao que considero o ponto de partida para o verdadeiro crescimento e desenvolvimento do município: a plataforma multimodal da Ferrovia da Integração Oeste Leste: a FIOL.
Como não entender que a economia é a mola propulsora para crescimento dos demais conceitos de desenvolvimento sustentável para qualquer cidade?
Uma economia robusta e sustentável é a consequência de uma cidade que produz, que emprega, que gera riqueza, que atrai investimentos, que fortalece o poder de compra, que amplia os negócios nos setores da indústria, do comércio e dos serviços.
Jequié é uma cidade com renda per capita que aponta para a necessidade de intervenções econômicas no sentido de muda a média de renda da população, principalmente aquela economicamente ativa.
Sem matriz econômica definida, cabe a indústria calçadista, de embalagens e de massas, a maior parcela de empregabilidade, sem perspectivas de ampliação na oferta de novos empregos formais em razão do desinteresse dos investidores em aportar em Jequié, em detrimento da alta carga tributária imposta pela gestão Zé Cocá (PP).
Os dados do CAGED apontam para a estagnação na geração de empregos em Jequié, tanto é que no mês de fevereiro deste ano, o saldo da construção civil foi negativo com 52 demissões, seguido do comércio que desempregou 18 trabalhadores, amenizado pela indústria com 67 admissões e os serviços com 39. O resultado do confronto desses dados foi a geração pífia de 36 empregos no mês de fevereiro em Jequié, muito irrisória para uma cidade que registra quase 25 mil trabalhadores com carteira assinada, enquanto Vitoria da Conquista gerou 623 novos postos de trabalho com carteira assinada, e conta com quase 82 mil trabalhadores com carteira assinada.
FALHA NOSSA
Talvez o pedido para a construção de um aeroporto foi movido pela vaidade ou até mesmo a mania de grandeza, ao não observar que o Polo Multimodal da FIOL em Jequié, será responsável pela logística do escoamento da produção agrícola e de mineração por meio do terminal portuário de Ilhéus, passando por Jequié, graças a intervenção no seu traçado feita pelo então ex-governador da Bahia, César Augusto Rabelo Borges.
Talvez tenham esquecidos que a FIOL vai incentivar investimentos, incrementar a produção e induzir os processos produtivos modernos, reduzir os custos de transporte de grãos, álcool e minérios destinados aos mercados internos e externos, além de propor o aumento da produção agroindustrial da região, motivada por melhores condições de acesso aos mercados nacional e internacional.
Talvez não tenham observado que a FIOL naturalmente vai incentivar os investimentos, a modernização e a produção, vai melhorar a renda e a distribuição da riqueza nacional, vai reduzir a emissão de poluentes e principalmente, reduzir o número de acidentes em rodovias, diga-se, Serra do Mutum/BR 116.
Serão 1527 km de extensão de ferrovia que ligará o futuro porto de Ilhéus (no litoral baiano) a Figueirópolis (em Tocantins), ponto em que se conectará com a Ferrovia Norte Sul.
Lamentável querer voar sem assas e esquecer que pelos trilhos, o caminho da prosperidade, garantidamente, é mais viável e seguro.
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