Essa profissão de jornalista de comunicar o mal da cidade, uma hora bate a depressão. Não aguento mais ver a cara dos vereadores ostentando rugas de preocupação com o destino do povo, destino que eles azedam sempre que podem. Não aguento ver o presidente da câmera de camiseta de futebol assassinando a gramatica, não aguento ver filhos de ex-vereadores ocupando as vagas dos pais com suas cútises nutridas por nunca terem usado os serviços públicos, não aguento mais olhar a cara deles e não saber em qual partido estão agora, enquanto discutem para ver quem é o mais bajulador do prefeito, enquanto a cidade afunda em violência e miséria com o município sendo loteada por oportunistas e o povo desempregado, filas enormes para marcação de exames, e patrocínio grandioso para time de futebol, sucateamento de imóveis públicos e rios de dinheiro com alugueis astronômicos. Não aguento, nem no fórum tem juiz.
Não suporto, mais a polemica asfalto por toda parte x salário digno para os funcionários é negado, não aguento com funcionários da prefeitura atuando como garota propaganda de trabalho social, e o pior, usando a imagem de velhos e crianças em situação de vulnerabilidade social. Não tolero mais a falta de imaginação política, justificativas descabidas para problemas de décadas, e a certeza que temos é que não acontecerá nada. Há, esses homens de bem. Passo mal de ver político pedindo CPI de combustível e os preços não abaixam, igualmente deprimente é a militância dos ignorantes, burrice com fome de sentido. O Partido Comunista do Brasil se apresentando em comitiva fantasiado de Lacoste, é um reflexo da vulnerabilidade ou perdeu-se de vez a identidade? Tenho engulhos dessa liberdade que rola por aí, livres dentro de um chiqueirinho de irrelevâncias, buscam ideias como a bunda perfeita, bundas ambiciosas, sucesso sem trabalho. Não suporto mais radialista analfabeto, digital influencers divididas entre piranhagem e a peruíce.
Pessoas procurando namorados semanais, com uma liberdade vagabunda para o nada, é horrível como somos babacas do consumo, enquanto os homens de terno fazem o que querem no município, não aguento mais corpos no mandacaru, os malditos buracos da ponte que nunca acaba a requalificação, o ônibus coletivo que não tem vidro na janela e essa confusão com as vans. Não aguento mais as vítimas da enchente sem amparo e câmara reajustando salário, não aguento mais ver que a pior violência é o acostumar com a violência, o mal se banaliza e o bem vira luxo de burguês. Não aguento mais ouvir falar em globalização enquanto miseráveis fazem malabares no sinal e vendem água. Tenho medo.
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