Daqui do meu quarto, vejo o mundo pelas molduras dos meus olhos baços, não, não é o mundo que vejo, antevejo um vazio tanto marcado por tua ausência. Te procuro, tonto não te sinto.
Ouço tua voz aguda de Si bemol e meu coração se derrete, entonteço, embriago, entorpeço os sentidos, tento paralisar o tempo nesse espaço de segundos que ouço pelos fios de Grambel um “te amo” afoito do outro lado. Eu pasmo! Espanto, seguro o pranto que tenta trazê-la para mim. E morro nessa angustia de ter e não ter.
Tanta coisa a dizer-te, dos anseios, dos medos, das noites mal dormidas, dos tantos planos, tantos. Do contorno de teus lábios, amor meu, que traço no vazio das noites que te sonho. Eu engasgo o pranto que tenta traze-la para mim e morro nessa angustia.
Longe de ti, a efêmera lua no céu, faz debanda de minhas dores, análgica no espaço sideral, de soslaio me sorrir a noite, apaga as estrelas, as estrelinhas, as entre linhas. Apagam-se as linhas... E fim!
FONTE/CRÉDITOS: Israel Ferssant
O texto acima expressa a visão de quem o escreveu, não necessariamente a da Tv Jequié
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